sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Entrevistas

Comentários do PT
sobre as entrevistas e discursos que estão no livro

Desde que passou a assumir um papel de destaque na vida sindical e política brasileira, Lula tem concedido numerosas entrevistas aos mais variados órgãos de imprensa. A leitura dessas entrevistas permite acompanhar a evolução do seu pensamento, a começar de sua concepção inicial bastante simples sobre o papel dos sindicatos, até atingir uma visão mais complexa e abrangente de toda a realidade brasileira. Através de sua palavra, que jorra fácil e abundante, podemos ver a manifestação de uma intuição profunda e de um raciocínio vigoroso eu, no embate contínuo com a realidade, contribuíram, muito mais do que a leitura e a informação teórica, para a crescente e firme estruturação de seu pensamento. É inevitável a repetição dos mesmos temas em entrevistas diferentes. No entanto, não se trata de simples repetições. Lula descobre sempre novas facetas nos assuntos que aborda, revelando um aprofundamento contínuo na visão da realidade brasileira, em todos os seus aspectos, mas principalmente no que toca ao papel da classe trabalhadora. Das entrevistas que foi possível reunir, as escolhidas para integrar esta obra são as mais significativas do pensamento de Lula. Sua apresentação, neste, livro, pretende contribuir para que o pensamento e os interesses dos trabalhadores passem a ocupar a posição a que tem direito na vida do país.

Alguns trechos... engraçados: 1 - 'evolução do seu pensamento' e a "crescente e firme estruturação de seu pensamento" ;
2 - "sua palavra jorra fácil e abundante"; "...não se trata de simples repetições"; 3 - contribuir para que o pensamento e interesses dos trabalhadores passem a ocupar a posição a que tem direito na vida do país. Logo de início - nas páginas 7 e 8 deste livro - o PT cometeu terríveis enganos, como os trechos acima. Fala sobre a evolução do pensamento lulista, o que nunca ocorreu, ao menos em relação aos interesses dos trabalhadores que defendia. Estamos em 2007 e os pensamentos que Lula cospe para o povo, com os aplausos de sua claque encomendada, mostram que, após tantos anos, ainda não aprendeu a dizer uma única palavra que não seja a de um sindicalista. O Partido faz referência às suas abundantes palavras, alegando não se tratar de repetições, parecendo justificar sua verborragia - embora textualmente limitada - mas que, naquela época, ainda eram novidade.
Quanto aos citados interesses dos trabalhadores, que seriam garantidos com a ocupação de alguma posição na vida do país, tão exigidos por Lula, viraram uma escada para que ele chegasse à Presidência da República. E, hoje, tudo o que pregava, pode ser considerado um cosmético usado para embelezar sua imagem.
Tais trechos engraçados (?),
seriam a ilusão de sonhadores decepcionados que criaram o PT
ou tapeação desses abutres oportunistas
que já sentiam no ar o cheiro de podre que os alimenta ?

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

A VOZ E A VEZ dos trabalhadores



O livro, comprado num sebo, veio com esta página manchada e um pedaço rasgado no final à esquerda. As outras páginas estão com alguns trechos marcados e algumas anotações, mas inteiras.



A VOZ E A VEZ
dos trabalhadores


Os acontecimentos de que foram protagonistas os metalúrgicos do ABC, nos anos 78-80, constituem sem dúvida momentos de grande significado no processo histórico brasileiro. E entre os protagonistas desses acontecimentos, a figura de Luís Inácio da Silva, Lula, ocupa indiscutivelmente o primeiro lugar. Sua liderança se formou a partir do momento em que, soando como algo estranho no cenário sindical do país, sua voz assou a encarnar os anseios mais simples e imediatos – por isso mesmo os mais legítimos – de seus companheiros de fábrica.Ao longo desses três anos, durante os quais os metalúrgicos deflagaram três importantes greves, Lula viu o momento que germinara modesto atingir dimensões de âmbito nacional. Foi de dentro desse movimento que ele emergiu para a vida política. Se isso ocorreu contra sua própria vontade, foi porque os trabalhadores que ele liderava, ao reivindicaram coisas tão singelas quanto um salário decente e um mínimo de estabilidade no emprego, esbarraram numa obstinada intransigência do poder político. Assim, ao contrário de esgotar-se em si mesmo, como desejavam alguns, ... movimento passou a ... contornos imprevisíveis, puramente reivindicatórios.... aspirações dos operários orientaram-se para o terreno em que se assenta a própria estrutura de poder.Ao encarnar essas aspirações, e ao empenhar-se na construção de um sindicalismo que levasse os trabalhadores a tomar consciência dos próprios direitos, em vez de se limitar a funções meramente assistenciais, Lula começou a incomodar os donos do poder. Para esses donos do poder, passou a ser uma ameaça a movimentação de uma parcela do exército de explorados que, no entender dos beneficiários do milagre brasileiro, além de produzir mais e mais riquezas, devem conformar-se com a miséria e a exploração.Uma vez vislumbrada essa ameaça, não é de estranhar a fúria com que se atiraram sobre Lula e outros líderes sindicais os órgãos de repressão (*1). Além de terem sido destituídos dos cargos que lhes foram confiados pelo voto dos companheiros, foram encarcerados ilegalmente e processados por crime contra a Lei de Segurança Nacional. Na verdade, o que existe portrtás desses processos é a mão do próprio regime, que visa abafar um movimento, hoje considerado por todo o país, que resultou na criaç~çao do Partido dos Trabalhadores. Essa movimentação amedronta o poder ... para sustentar-se em meio à corrupção, ao terrorismo e à crise econômica, precisa manter o povo no silêncio e no conformismo. Daí as manobras e as perseguições contra as lideranças de um partido que o próprio povo criou.Ao registrar as palavras e o pensamento de Lula, este livro pretende mostrar ao público brasileiro o quanto são justas as aspirações da nossa classe trabalhadora. Se Lula não se tem cansado de repetir sua mensagem é porque está convicto de que suas palavras traduzem necessidades legitimas. Cada letra aqui impressa constitui uma prova da legitimidade dessa mensagem; e cada leitor será um juiz cuja sentença contribuirá para que a História se encarregue de julgar os que outorgaram a si mesmos o poder de usar a Justiça para sustentar a exploração dos trabalhadores.No entanto, mais do que as palavras de Lula, este livro registra alguns momentos significativos da própria História do Brasil – os acontecimentos vividos pelos operários do ABC. Por isso, este é um livro escrito por trabalhadores. Ele guarda em suas páginas a memória de um tempo feito por homens que através de sua disposição de luta e da palavra de seu líder, mostraram que a classe trabalhadora brasileira é capaz de construir seu próprio destino (*2).




(*1) Vocês verão adiante o exagero oportunista quando o livro fala sobre a FÚRIA dos órgãos de repressão em cima do suposto pai dos trabalhadores, quando o próprio Lula comenta sobre seus dias de ‘presidiário sofredor’ numa das entrevistas.

(*2) Após 29 anos, Lula chegou à Presidência da República e os trabalhadores ainda não encontraram seu destino. Lula foi um incompetente ou um mentiroso?

Apresentação do livro


APRESENTAÇÃO DO LIVRO
Contra-capa e Índice

Por que editamos este livro(contra-capa)Editar um livro que reunisse as principais entrevistas de Lula na imprensa e seus discursos no estádio de Vila Euclides nos pareceu importante por diversas razões:Em primeiro lugar, porque ele registra palavras de um operário que conhece profundamente os problemas de sua classe. Assim, o livro constitui um verdadeiro retrato da situação dos trabalhadores, suas necessidades, seus interesses, seus sofrimentos...Em segundo lugar, porque o livro registra alguns acontecimentos que vão entrar para a História do Brasil. Da maneira como geralmente é escrita e ensinada, esta História não mostra a participação do povo na vida do país nem a exploração a que os trabalhadores são submetidos. São contadas apenas as ações dos governantes (imperadores, presidente, ministros), dos ricos, dos generais, dos ‘heróis, etc. O livro de Lula, ao contrário, conta fatos vividos pelo próprio povo: os metalúrgicos do ABC e sua luta por melhores salários e melhores condições de vida.O livro é importante ainda porque Lula e outros líderes sindicais estão sendo processados pelo governo por defenderem os trabalhadores e por organizarem um partido representativo dos verdadeiros interesses do povo. A publicação do livro é uma forma de apoiar a sua luta e de demonstrar que os trabalhadores estão do lado deles.São Paulo, outubro de l980Núcleo Ampliado de Professores do Partido dos Trabalhadores (São Paulo)Toda a renda do livro destina-se, em partes iguais, ao Partido dos Trabalhadores e ao fundo de greve dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema.

- ÍNDICE -


Entrevistas
l978
24 de março – Pasquim
3 de abril – Visão
10 de abril – Jornal do BrasilMaio – Vox Populi, TV Cultura
4 de junho – Folha de S.Paulo
10 de junho – MancheteJulho – Senhor Vogue
23 de julho – Diário do Grande ABC
24 de setembro – Folha de S.Paulo


1979
14 de janeiro – Jornal do Brasil
21 de fevereiro – Isto É
24 de março – Folha de S.Paulo
4 de abril – Movimento
5 de abril – Gazeta Mercantil
29 de abril – Jornal da Semana
22 de maio – Renato Tapajós
25 de maio – Em Tempo
Julho – Playboy
Dezembro – ABCD

1980
10 de janeiro – Em Tempo
12 de fevereiro – Tribuna da Imprensa
20 de fevereiro - Isto É
Abril – Revista Especial
28 de maio – Isto É
3 de julho – Em Tempo


Discursos


1979
22 de março - Estádio da Vila Euclides na véspera da intervenção do Sindicato.
27 de março – Paço Municipal de São Bernardo :suspensão da greve.
1º de maio – Estádio de Vila Euclides lotado, diante de numerosas categorias de trabalhadores.
13 de maio - Estádio de Vila Euclides: fim do prazo de 45 dias.26 de maio – Sindicato, após suspensão de intervenção.


1980
30 de março – Estádio de Vila Euclides: decretação da greve.
1º de abril – Estádio de Vila Euclides: primeiro dia de greve.
3 de abril - Estádio de Vila Euclides, no dia seguinte à decisão do TRT de declarar-se incompetente para julgar a greve.
7 de abril - Estádio de Vila Euclides, 7º dia de greve.
8 de abril - Estádio de Vila Euclides, 8º dia de greve.
10 de abril - Estádio de Vila Euclides, 10º dia de greve.
14 de abril - Estádio de Vila Euclides, 14º dia de greve.
17 de abril – Sindicato, às 22 horas, após a notícia da intervenção

Está aí o poder da mídia, que vendia suas edições, praticamente sencionalistas, ao enfatizar a imagem de um sindicalista que surgiu numa hora bem apropriada: o limite entre o regime autoritário e a proximidade da democracia. Hoje, quem elege um semi-analfabeto à Presidência da República é o povão que nele se espelha, mas quem deu força e fez o astro-pop Lula crescer foi a imprensa. A mesma imprensa que, atualmente, ele tenta censurar por expor sua incapacidade e seus conchavos .